Olá, seja bem-vindo! Somos alunos do curso de Especialização em Gestão de Políticas Públicas de Gênero e Raça, ofertado pela Universidade Federal do Espírito Santo - UFES. Temos como objetivo neste blog, apresentar, discutir e avaliar as políticas públicas voltadas para as mulheres do Municipio de Santa Leopoldina - ES, dentro do tema: Pobreza, Gênero e Raça/Etnia nos Contextos Urbano e Rural.

domingo, 11 de dezembro de 2011
Negro Rei - Cidade Negra
NEGRO, MOSTRA SUA CARA!
Módulo: 3 - Políticas Públicas e Raça
Foram apresentadas três teorias para o tratamento do racismo na história: o racismo como conseqüência do cientificismo do XIX e da hierarquização biológica; o racismo decorrente das diferenças entre os grupos humanos – etnocentrismo; o racismo como fenômeno da modernidade, da ausência da classificação a partir da religião – secularização.
A principal discussão que ocorreu entre os séculos XVIII e XIX foi compreender as diferenças existentes entre os habitantes dos continentes europeu, africano e a americano.
- Etnocentrismo: ocorre quando as normas, os valores, a cultura de uma determinada sociedade é tomada como padrão superior em relação a outras sociedades e as estas se impõem.
- Método etnográfico: neste método antropológico de pesquisa o/a pesquisador/a e o sujeito de pesquisa ficam em contato direto dentro do universo do sujeito. Este método foi utilizado pelos viajantes, missionários e administradores das colônias.
- Determinismo racial: esta teoria considera que o ser humano é produto de três fatores: meio ambiente, raça e momento histórico.
Os conceitos apresentados nos textos merecem ser estudados com maior profundidade. O caminho percorrido pela comunidade científica para compreender as diferenças humanas e sociais, levaram a conclusão de que as desigualdades não são conseqüência das diferenças, e sim dos objetivos das nações em manter o seu poder sobre as nações economicamente inferiores.
O objetivo é reduzir as desigualdades sociais, apesar das diferenças socioculturais existentes, através da divulgação destes conhecimentos em amplas discussões.
No primeiro texto da unidade, foi discutida a questão do “impasse social” decorrente do fim da escravidão, a partir de 1888, frente as teoristas racistas que foram desenvolvidas desde o início do século XIX: darwinismo social, determinismo racial, lamarkismo, antropologia lombrosiana, etc. A partir destas teorias, o conceito de raça e racismo ganharam dimensões que não ficaram restritas a cor da pele.
O segundo texto discutiu a forte presença do/a mestiço/a como símbolo nacional. O livro Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre, apresentou a democracia racial como a característica marcante do Brasil-mestiço, lugar onde o convívio das três raças (negra, branca e indígena) se daria de forma tolerante.
O fortalecimento da validade da democracia racial no Brasil foi apresentado no terceiro texto da unidade. Durante os anos 1940 – 1960 a tolerância racial no Brasil ganha é apresentada como uma verdade para o mundo.
Porém, entre os anos de 1953 – 1956 o ciclo de estudos UNESCO, faz uma forte critica a respeito da democracia racial, analisando as relações raciais no Brasil. O texto 4 da unidade, apresentou três estudos, baseados nos estudos da Escola de Chicago, que fizeram parte do “Projeto UNESCO”, e que mostraram que a convivência racial no Brasil não era tão cordial como havia sido divulgado.
O quinto e último texto da unidade apresentou o debate sobre a desigualdade racial brasileira, como os brasileiros se identificam racialmente e a importância do movimento negro na redução das desigualdades sociais para os negros/as.
- Antropometria lombrosiana: segundo a teoria do médico Cesare Lombroso, as características morais, emocionais, intelectuais, poderiam ser identificadas pelas características físicas, corporais dos indivíduos.
- Democracia racial: este termo expressa a idéia do convívio harmonioso entre raças – branca, negra, indígena - no Brasil, e ganhou força a partir da obra de Gilberto Freyre, Casa Grande e Senzala.
Diante das teorias apresentadas e discutidas nos textos da unidade, os conceitos sobre raça e racismo ganham maior amplitude. Podemos observar que não estamos falando simplesmente de diferenças físicas, ideológicas ou sociais. Estamos falando da diferença de poder e do desejo do mais forte de impor a sua vontade ao mais fraco.
Assim, como gestor é importante trabalhar, constantemente, para eliminar a disputa de poder nas questões de gênero e de raça. As políticas públicas a serem desenvolvidas não deverão privilegiar nem um determinado gênero ou uma determinada raça.
Para isto, no primeiro texto foram apresentados e discutidos os conceitos desigualdade e estratificação social. Como existem muitos estudos sobre desigualdades, ficou definido que a questão a ser abordada ficará circunscrita a estratificação social e sua relação com a questão racial e de gênero. A análise das desigualdades de oportunidades e de resultados são os dois modelos propostos para este estudo.
Transitando pela visão culturalista, pela visão influenciada pela Escola de Chicago e pela visão dos estudos baseados no projeto UNESCO e na escola Paulista, os estudos sobre desigualdades raciais chegam, nos anos 1970, a visão baseada nos fatores estruturais para explicar as desigualdades raciais no Brasil. O trabalho do sociólogo Carlos Hasenbalg discute a validade da existência de um legado escravista para explicar as diferenças raciais existentes.
Para analisar as desigualdades raciais no Brasil, foi apresentado o modelo de realização socioeconômico, desenvolvido pelos sociólogos Carlos Hasenbalg e Nelson do Valle Silva.
Utilizando-se os dados estatísticos do PNAD/IBGE, referentes aos anos de 1999, 2003 e 2008, foram apresentadas análises sobre as desigualdades raciais no tocante ao quadro atual da educação e do mercado de trabalho. Nos dois aspectos, educação e mercado de trabalho, podemos verificar a significativa desvantagem da população de pretos/as e pardos/as em relação a população de brancos\as, apesar de algumas melhorias decorrentes de políticas implementadas, como no caso das cotas para o ensino superior.
Por último, a análise voltada para a educação e o mercado de trabalho é direcionada para as mulheres pretas e pardas. Quanto a educação foi demonstrado que as mulheres estão mais escolarizadas do que os homens independente da cor. Quanto ao mercado de trabalho, pudemos confirmar que a renda média das mulheres é inferior a dos homens, e que entre as mulheres existe uma considerável diferença entre renda média das brancas em comparação com a renda média das pretas e pardas.
- Mobilidade social: passagem de um indivíduo de uma posição social para a outra. Podemos encontrar mobilidade social horizontal, que está relacionada ao deslocamento geográfico dos indivíduos, de uma região para a outra; temos também a mobilidade social vertical onde o individuo passa de uma posição inferior para outra superior dentro da escala social.
- Modelo de realização socioeconômica: modelo teórico que apresenta os componentes das etapas do ciclo de vida social: origem familiar; internalização dos recursos; autonomização de status; realização de status; renda familiar e pobreza. Com este modelo é possível compreender a transmissão intergeracional da desigualdade social.
- Autonomização de status: fase do modelo de realização socioeconômica que corresponde ao momento no qual o/a jovem começa a adquirir o seu status social, seja pelo acesso ao mercado de trabalho, seja pela constituição de uma nova família – escolha marital.
Conforme apontado pelos dados estatísticos apresentados no texto, ainda existe uma significativa desigualdade racial no Brasil. Assim sendo, a atuação como gestor exigirá muita atenção quanto a questão da desigualdade racial que possa existir na região sob sua direção.
O conhecimento da qualidade da situação da população negra é indispensável para a tomada de decisão adequada.
Para isto, inicialmente, foi apresentada a formação do movimento negro no Brasil, dentro do período correspondente ao inicio do século XX até o Estado Novo. Neste período, podemos observar a importância da imprensa negra, como veiculo de conscientização e unificação dos/as negros/as. A atuação das elites negras na liderança da Frente Negra Brasileira (1931 – 1937) marcou o primeiro ciclo de mobilização do movimento negro.
No período pós-Estado Novo o movimento negro se reorganiza e promove novas atuações no país. Daí, surgiram as entidades União dos Homens de Cor (UHC) e o Teatro Experimental do Negro (TEN) que visava uma atuação mais ampla do movimento negro buscando o reconhecimento do valor da herança africana. Muitos expoentes da cultura brasileira surgiram a partir da ação do TEN.
O terceiro e quarto texto da unidade destacam a importância do movimento de mulheres negras. Este movimento não estava desvinculado do movimento negro, porém tratava das necessidades e interesses das mulheres negras. De certa forma, o movimento negro reproduzia o sexismo existente. As intelectuais negras Beatriz Nascimento e Lélia Gonzalez foram fundamentais na luta contra a discriminação racial na sociedade brasileira contemporânea. A plataforma de atuação das organizações de mulheres negras foi criar uma agenda contra o racismo e o sexismo.
Os dois últimos textos da unidade trazem a construção da agenda antirracista do movimento negro contemporâneo e a luta para a formulação de leis que assegurem o acesso dos/as negros/as a todos os setores da sociedade brasileira.
- Embranquecimento social: prática social que tem como objetivo inserir um indivíduo não branco no mundo dos brancos. Ou seja, possibilita o acesso de negros/as as aos valores materiais e culturais das classes sociais dominantes, ocupadas pelos brancos/as.
- Black Power: movimento negro, surgido entre os anos 1960 e 1970, e que expressavam o orgulho dos/as negros/as pela sua origem. Este movimento foi criado nos Estados Unidos e se tornou precursor de manifestações culturais e políticas.
- Patriarcalismo: termo oriundo de Patriarcado. Tem como definição ideológica a supremacia do homem nas relações sociais.
- Neomalthusiano: movimento baseado na teoria criada por Thomas Malthus que preconizava que o crescimento populacional desordenado seria a causa do esgotamento dos recursos naturais levando a uma crise de alimentos no planeta. Assim, este movimento preconiza o planejamento familiar.
O movimento negro como movimento organizado na sociedade brasileira se coloca como autêntico porta-voz das necessidades de sua comunidade.Desta forma, as entidades ativistas se organizam para possibilitar que estas necessidades sejam atendidas diretamente pela sociedade civil ou pelo estado, através da elaboração de leis. O gestor atento as reivindicações da população negra deve procurar se tornar o facilitador para possibilitar o cumprimento da agenda.
A capoeira como elemento integrador: Um resgate da cultura afro brasilera
Objetivo Geral da ação: Desenvolver um programa voltado para resgatar e difundir a cultura afro-brasileira por meio da capoeira, de modo a possibilitar um espaço de interação entre pessoas de várias idades, gênero, e raça, seja praticantes ou apreciadores.
Justificativa: A Capoeira, chamada hoje de "o esporte brasileiro", ou "a arte marcial brasileira", é, na realidade, uma rica expressão artística (mistura de luta e dança) que faz parte do patrimônio cultural afro-brasileiro. Depois de sofrer duras perseguições, chega ao Brasil, na primeira metade do nosso século, sob a forma de Capoeira Angola. É a partir desta forma inicial que o famoso Mestre Bimba cria outra variante, a chamada Capoeira Regional, forma que hoje se expande por todo o Brasil, chegando até a outros países.
A Capoeira tradicional (Angola) que pode ser definida como uma forma artística única, criação afro-brasileira que reflete fielmente as pautas do grupo étnico do qual surge. Como chega até nós, tem aspectos de dança, luta, jogo, música, ritual e mímica A conjunção de todos esses elementos gera um produto que não pode ser classificado atendendo apenas a uma única dessas facetas, sob pena de perder sua originalidade como arte.
À medida que a capoeira se expande para outros grupos sociais, sofre transformações tanto nas práticas como na própria concepção do que é a capoeira. Para ser legitimada e integrada ao sistema, precisou perder várias das características que lhes são próprias, em virtude de sua origem étnica, para adquirir outros traços que a torne mais aceitável aos olhos das classes dominantes. Pode-se então interpretar o aparecimento da Capoeira Regional como um "embranquecimento" da Capoeira tradicional (Angola).
As raízes populares, negras e contraculturais da Capoeira se perdem para dar lugar a uma Capoeira que "é sinônimo de educação, cultura, civismo e saúde" (Pinatti e Oliveira Silva, 1984, II: Regulamento de Competição, p. 3). Segundo esta visão, a prática da Capoeira, “além de diversão, relax para quem a pratica, ajuda a desenvolver o poder da vontade, a cultivar a cortesia, e patrocina a moderação da linguagem, coopera com a formação do caráter...
A Capoeira, uma manifestação afro-brasileira, tem se mostrado um fenômeno de resistência singular que conseguiu sair de situações demasiadamente desfavoráveis, a exemplo da marginalização e do Código Penal Brasileiro, resistindo aos Capitães do Mato, à perseguição policial e, principalmente, à mais perversa das perseguições: a injúria social (TORRES, s/d). É mais fácil falar dos benefícios da capoeira para a população para vender seu produto do que contar o que realmente é e foi a capoeira, dotada de contextos históricos de luta, conquistas, perseguições e sofrimento. Por isso há necessidade de divulgar a capoeira na íntegra.
O século XXI aponta para avanços importantes no sentido de aceitação de diferenças, de luta contra o preconceito e a discriminação, do direito à igualdade de oportunidades e de políticas públicas de inclusão social. O campo da educação formal, principalmente, precisa refletir de forma profunda sobre suas práticas, no sentido de poder acolher as ricas experiências educacionais provenientes da cultura popular, representadas pelas formas tradicionais de transmissão dos saberes de uma comunidade. Nesse sentido, a capoeira têm muito a ensinar (ABIB, 2006). Referências:
ABIB, Pedro Rodolpho Jungers. Os velhos capoeiras ensinam pegando na mão. Cad. CEDES, Campinas, v. 26, n. 68, abr. 2006. Disponível em:
FRIGERIO, Alejandro. CAPOEIRA: de arte negra a esporte branco. Disponivel em < http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_10/rbcs10_05.htm> Acessado em: 07 de Dezembro de 2011.
TORRES, José Augusto. Marcie; CONCEIÇÃO, Carlos Alberto. Capoeira: Arte Marcial Brasileira. São Paulo. Editora On Line
Descrição da ação: A ação que pretendo desenvolver se dará por meio de uma parceria com as secretarias de cultura e esporte de Santa Leopoldina. Buscarei desenvolver a prática da Capoeira como uma manifestação cultural e resgate da cultura afro brasileira, no intuito de possibilitar um espaço de interação entre a comunidade através de aulas de capoeira, procurando resgatar os valores históricos e as raízes da capoeira tradicional.
Essa ação poderá ir de encontro ao público, nas escolas, nas praças, comunidades etc.
A população quilombola será de grande ajuda no resgate da cultura afro brasileira.
As aulas serão ministradas por professores de capoeira, seja da comunidade quilombola ou não.
Cronograma Para planejamento:
Para execução: Tempo necessário à realização das atividades
Tempo máximo: Três meses
Tempo máximo: seis meses. Destinados ao recrutamento dos profissionais, divulgação do plano de ação e implantação junto com o apoio dos órgãos competentes.
População beneficiada A princípio toda população de Santa Leopoldina. Assim que o plano se popularizar, a comunidade quilombola poderá difundir outras manifestações culturais, como a dança, costumes através de teatros, etc.
As aulas de capoeira serão para pessoas de várias idades de ambos o sexo.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Políticas Públicas de enfrentamento à violência contra Mulheres, no Município de Santa Leopoldina/ES
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Proposta de Plano de Ação para o município de Santa Leopoldina
Título: | Implantação do Programa de Atenção a Saúde da Mulher |
Objetivo Geral da ação: | Formular, implementar e acompanhar as políticas públicas direcionadas aos cuidados com a saúde das mulheres em todas as etapas da vida, considerando as doenças sexualmente transmissíveis, prevenção do câncer e planejamento familiar. |
Justificativa: | Na Prefeitura de Santa Leopoldina não existe uma Secretaria ou um setor vinculado a alguma Secretaria para cuidar das políticas públicas para as mulheres. Existe somente um programa voltado para o câncer de mama – “Amigas do Peito”. De acordo com os Dados Populacionais do ES – Homens – 6.425 (52,5%) Mulheres – 5.815 (47,5%) Total – 12.240 habitantes Em relação a distribuição de domicilio urbano e rural, temos: Urbano – 2.615 habitantes (21,4%) Rural – 9.625 habitantes (78,6%) Ou seja, temos uma forte concentração populacional com domicilio rural. Mantendo a proporcionalidade entre homens e mulheres, certamente encontraremos, também, a maior parte das mulheres vivendo na zona rural. Assim sendo, a quantidade de mulheres residentes no município justifica uma ação direcionada para esta população, em conjunto com a Secretaria de Saúde. |
Descrição da ação: | A implantação do Programa de Atenção a Saúde da Mulher será dividida em duas fases: A primeira fase corresponde ao levantamento de dados que auxiliem na identificação da demanda a ser atendida. Serão necessários levantamentos demográficos que apresentem a distribuição por faixa etária e a distribuição por estado civil, tanto na área rural quanto na área urbana. Será importante identificar também como indicador complementar o nível de escolaridade e a qualificação profissional. A medida que estes dados forem obtidos, a fase da ação, propriamente dita, poderá ser colocada em prática. Em conjunto com a Secretária de Saúde, será o momento da formulação e implementação das etapas do projeto que possam ser executadas com os recursos disponíveis na Secretaria, ou através de convênios que possam ser estabelecidos com Governo do Estado do Espírito, com o Governo Federal ou, ainda, com a alguma agência internacional. |
Cronograma Para planejamento: Para execução: | 10 meses 12 meses |
População beneficiada | Todas as mulheres a partir dos 15 anos de idade |
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Conceitos abordados no Módulo 1
domingo, 24 de julho de 2011
Desenvolvimento, Desigualdades e Exclusão
MÓDULO 1 - Políticas Públicas e Promoção da Igualdade
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE: RACISMO E SEXISMO NO ÂMBITO DA SAÚDE
relacionam as mulheres negras ao processo saúde-doença, sendo mais expostas à infertilidade e à mortalidade materna, como um resultado sua predisposição biológica para algumas doenças, a exemplo da hipertensão arterial e a miomatose, ao invés de abordar temas relacionados a dificuldades de acesso a serviços de saúde, fruto da discriminação racial que determinaria sua maior concentração em área de periferia, onde a infra-estrutura de serviços é ausente ou deficiente (PERPÉTUO, 2002).
As desigualdades raciais, resultantes dos efeitos da exclusão social e do racismo, são
manifestadas através da prática do preconceito e da descriminação. Pesquisas revelam que as iniqüidades em saúde das mulheres negras são decorrentes da violação de direitos que dificultam a ascensão social e acesso a condições dignas aos serviços de saúde (SANTOS; GUIMARÃES; ARAÚJO, 2007).
Alguns autores (BARBOSA, 2001; LOPES, 2004 e BATISTA, 2002) descrevem quando
analisa os indicadores que para os negativos a população negra tem o maior índice, principalmente a mulher negra que contraria os números quando comparada ao homem branco. Porém em relação ao índice positivos como expectativa de vida a mulher branca tem o maior índice (71 anos) enquanto a mulher negra (66 anos) (BATISTA, 2002).
Desta forma quando se faz o recorte racial à discussão das desigualdades que atingem as mulheres no Brasil comumente aponta para a presença de uma tríplice discriminação: o fato de ser mulher, ser negra e a questão social. E que a mulher negra, enquanto ser indivisível vivencia simultaneamente graus extremos de violência decorrente do sexismo, do racismo e dos preconceitos de classe social, em um bloco monolítico (BARBOSA, 2001; WERNECK, 2001).
As iniquidades em saude revelam atraves dos estudos transversais como a
interseccionalidade trata especificamente, do racismo, sexismo, opressão de classe, criando desigualdades basicas que estruturam posições, principalmente quando se refere as mulheres negras.
Pois de acordo com Crenchaw (2002) as mulheres racializadas frequentemente estão posicionadas em um espaço onde o racismo ou a xenofobia, a classe e o genero se encontram.